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16 de dezembro de 2011

2ª Edição - 2001 - José Luís Peixoto

No dia 8 de outubro de 2001, a Fundação Círculo de Leitores anuncia na sua sede o vencedor da 2ª edição deste prémio.

O autor distinguido nesta edição foi José Luís Peixoto com o romance Nenhum Olhar.

José Luís Peixoto

O júri do Prémio Literário José Saramago 2001.

Nélida Piñon e Filipa Melo
Pilar del Rio e José Luís Peixoto.

«Nenhum Olhar: conquanto não me interessem as revivescências do chamado “realismo mágico”, creio estarmos perante uma grande ficcionista e, também, um grande prosador da língua portuguesa, capaz de extraordinárias notações do real, de ritmos inovadores e até de uma relação estrutural com as formas musicais que não tem precedentes entre nós.»
Vasco Graça Moura

«José Luís Peixoto consegue construir com Nenhum Olhar aquilo que é mais difícil para qualquer criador: um universo próprio. Uma galeria de personagens atormentados, é certo, vencidos pela vida, e no entanto capazes, como a certo ponto escreve o autor, de roubarem morte à morte. Livro luminoso, e ao mesmo tempo tristíssimo – ou seja, absolutamente português.»
José Eduardo Agualusa

«No transcurso do romance Nenhum Olhar, a linguagem densa, sincopada, de arfar arcaico, acentua o instinto narrativo do autor. Sua trama, forjada mediante elementos escassos, de mobilização quase tribal, concede intensa voz aos desterrados e consolida o cenário da miséria social, desfalcada de horizonte ou de esperança. Por meio de metáforas, que oscilam entre a aspereza e o lirismo, traça-se uma história negra e poética, sinalizada por perturbadora tristeza.»
Nélida Piñon

«A escrita deste romance cativa pela força das imagens, pela elegância do ritmo da frase, pela densidade dos percursos reflexivos que somos levados a percorrer com o narrador. A memória da experiência-aprendizagem no universo rural tem aqui um papel nuclear, mas ela nunca surge isolada ou fixada num mero registo elegíaco da ruralidade. Ao contrário, a memória cruza-se permanentemente com interrogações diversificadas acerca da própria condição de sermos o que somos no lugar em que somos.»
Manuel Frias Martins